Abre-se a porta. Baila no ar uma música suave. Um perfume almiscarado desperta-me para a sua presença. Recostada nas almofadas do leito, ela abre, lentamente, os olhos. Observa-me. Observo-a. O parco e diáfano tecido das suas vestes, revela-lhe as formas perfeitas e a pele leitosa. Passo pela jarra e colho uma rosa branca. Aproximo-me. Olho-a nos olhos e percorro-lhe os finos traços com a flor. Prende-a com a boca. Ri-se e sacode os longos cabelos negros, naquele gesto já tão habitual. Cresço por dentro. Estende-me as mãos. Estendo-lhe as mãos. Enlaço-lhe a cintura e aperto o seu corpo contra o meu. Danças comigo? - pergunto-lhe, sussuradamente. Ela suspira e acompanha-me na dança. A excitação do momento conduz-nos os lábios, que húmidos, trilham nos corpos estradas de nós e cresce-nos um fogo que se espalha por todo o quarto.
Meia-noite de amor, versão noviça
Há 14 anos
10 comentários:
Quem ficou afogueada fui eu!
Adorei! A sensualidade transpira neste "escrito".
Abracinho
Vou já chamar os bombeiros. No entretanto vai um balde água, pode ser?
Pode, mas bem gelada!
Podem ser 2 baldes, por favor... Amei!
Já nem comento! Eu ia chamar os bombeiros mas já se me adiantaram... E com água gelada!
Outro belo (e quente) post.
Tu, Carapau, baldes de água já tens que te chegue aí no teu mar.
O doce encanto do hedonismo... a classe e a mestria de bem escrever, com sensibilidade e saudável epicurismo...
Estes são os mais difíceis de comentar. Gosto destes momentos da Calendas!
( eu também suspirei e até já dançava...)
"Cresço por dentro..."
Delicioso.
Beijinho
Cantinho: esse "cresço por dentro" tem muito que se lhe diga (lol).
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