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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Manutenção

Há gajos que nascem sem sorte! Esta Calendas obriga-me a vir à casa dela, regar-lhe as flores, dar comer ao cão, ao gato, ao periquito, enquanto se diverte no bem bom. Logo a mim, que mal me posso mexer debaixo de tanta alergia e que corro o risco de asfixiar debaixo desta nuvem de cinzas. Não vá ela reclamar e ainda ter de a ouvir, já lhe apanhei as alfaces todas, lavei-as e meti-as no frigorífico. Sim, porque conhecendo-a como a conheço, ainda me ia obrigar a escová-las todinhas se lhes topasse uma partícula de cinza. Raios parta a mulher!

À vinda para cá, passei numa drogaria e comprei uma máscara para me proteger contra as manhosas das cinzas, mas não sei se será eficaz. Nas indicações só se falava em gás mostarda e pimenta, em cinzas nada.

De qualquer maneira, ainda gostava de saber quem é que autorizou à tal da nuvem o acesso ao MEU espaço aéreo.

E olhe lá, ò Sr. Eyjafjallajökull, tome qualquer coisinha porque isto de estar sempre a vomitar e a arrotar tem que se lhe diga.

sábado, 24 de abril de 2010

Momentos

A vida é feita de momentos, alguns guardamo-los toda uma vida. Há também outros de parca importância que rapidamente passam a murmúrios no nosso cérebro e desaparecem.

Um momento marcou a minha tarde e acabo de me aperceber que me tem ensombrado o espírito durante as últimas horas.

Algumas palavras trocadas num chat na internet geraram a confusão. É curioso como a palavra escrita pode ser poderosa e facilmente assumida, verosímil, e outras vezes tão frágil e desprovida de força. Reagimos às palavras, interpretamo-las de forma inconsciente até formarem alguma sequência de sentidos que facilmente imaginamos serem proferidos pelo nosso interlocutor. Algumas são banais e tão pouco nos afectam que rapidamente as esquecemos. Outras tocam-nos profundamente e gravamo-las religiosamente no nosso ser para delas nos voltarmos a servir. E voltamos a ouvi-las na nossa cabeça como se tivessem sido proferidas há instantes.

As palavras, que hoje proferi, transformaram-se pela rede, tendo afectado o meu interlocutor de uma forma que não era intencional. O mal entendido ficou esclarecido, mas as sensações, inconscientemente e involuntariamente provocadas, ficaram. Não há forma de apagar esses momentos, por muito breves que tenham sido e por muito bem esclarecida que tenha sido a situação.

Tratou-se apenas de uma confusão mas tal desencontro provocou sensações contraditórias, mesmo que durante alguns instantes apenas.

Outros momentos colocarão este em algum recôndito e obscuro lugar do nosso cérebro.