sábado, 17 de abril de 2010

(Ainda) Meu amor

Lembras-te de quando me tocavas com os lábios molhados e quentes o ouvido e me sussurravas amor eterno? Lembras-te quando, pelas manhãs, me atiravas um beijo desde a porta do quarto e me dizias até logo, piscando-me o olho e prometendo-me o delírio? Lembras-te quando me dizias que eu era a única, aquela, a tal, a insubstituível? Lembras-te?

Lembras-te do dia em que deixaste de me atirar o beijo matutino? Lembras-te da última vez da tua pele ansiando pela minha? Lembras-te de te esqueceres de mim?

Lembro-me do dia em que chegaste mais cedo e eu, crente, pensei que vinhas por mim. Enrolaste apressadamente a vida de nós numa mala pequena e foste-te, não me deixando mais do que a tua intacta lembrança.

4 comentários:

maria teresa disse...

Tu consegues baralhar-me e isso não se faz a uma sexagenária "avançada".
Este texto é um "exercício"?

Calendas disse...

obvio

Carapau disse...

Tu dás cabo da vida à Senhora. Ela gosta de ti, todos já percebemos e tenho um dedo torto que me diz que já to disse "em directo", depois vens aqui com as tuas histórias e confunde-la.
Esse seco "obvio" é como um soco no queixo da Senhora. Isso não se faz!
:-)

Calendas disse...

Não sejas mau, Carapau. O óbvio foi escrito à pressa e só para descansar a Sra. D. Teresinha.