terça-feira, 10 de novembro de 2009

Mamã

Mamã, arranjas-me uma namorada loira?- pergunta com os olhos cheios de esperança e interrogações.
Como explicar-lhe a impossibilidade da execução do seu pedido e a certeza de que não terá a sua própria família, mas que fará sempre parte da família dos outros?

Como explicar aos filhos dos outros a certeza entre a relação futuro promissor, esforço e educação?
Como explicar-lhes que o mundo é mais do que os seus pequenos olhos de hoje abarcam?
Como explicar-lhes que eles podem mas não querem e que há quem queira e não possa?

6 comentários:

Carapau disse...

Vou meter a foice em seara alheia. Mas ouço, vejo e leio... Além disso contacto casos concretos.
A escola foi-se "formatando" para não ensinar que só o "esforço" e a "educação" conduzem a um
"futuro promissor". Os crâneos, que foram traçando o rumo da educação nessa direcção do facilitismo, meteram o ensino nestas baias. Os pais embarcam, os filhos não querem outra coisa, alguns professores alinham.
Perante este panorama que podem fazer aqueles que acham que tudo isto está errado? Pouco ou mesmo nada a não ser esgrimirem contra moinhos de vento. Mas isso cansa, cansa...

Calendas disse...

Eternos Dom Quijotes seremos. A Dulcinea continua a seduzir-nos.

rd disse...

Explicar-lhes? A quem? Seja a quem for, isso não só não é fácil, como não é necessário nem desejável, de todo. A vida explica essas coisas por si, logo apenas se torna necessário preparar o caminho para a descoberta o que, em si mesmo, já é formatação quanto baste.

Calendas disse...

Pois não concordo de todo. À falta de pais preocupados cabe a quem com eles passa mais tempo a tarefa de lhes abrir os olhos, de os preparar para a vida e de os incentivar a desbravar caminho.
Lembra-te que a vida não explica, a vida mostra. É diferente.

Vício disse...

sem duvida!
vai haver um tempo que ele vai olhar mais para decotes do que para cabelos...

calendas disse...

Já olha, dear, já olha!