segunda-feira, 31 de maio de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
Proibido "arriar o calhau"
Ainda que devidamente avisados, com placares afixados em árvores, paredes, postes e outros sítios bem visíveis, parece que o pessoal continuava a prevaricar, obrigando os donos de alguns terrenos, que não gostam deste adubo ecológico, a optar por métodos mais dissuasores.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Acerca da diferença
“o meu filho é a melhor coisa que me aconteceu e, se me dessem a escolher, não quereria ter outro”, referindo-se ao seu filho portador do síndroma de asperger, um dos muitos géneros de autismo.
Já eu, mais inconformada, não vejo as coisas dessa maneira. No meu ponto de vista, a chegada de uma criança deficiente é sempre uma experiência traumática, susceptível de alterar o estado emocional dos membros da família. Num primeiro momento, a família vivencia um estado de perda ou “morte”, já que a expectativa do nascimento do bebé idealizado é desmanchada pelo encontro com o bebé real. Esse momento é recheado por sentimentos de tristeza, decepção, inferioridade e revolta, levando a família a uma incompreensão da situação vivida.
A partir daí torna-se necessário, para que se possa aceitar o filho real, viver o processo de luto por aquele filho “perdido”. Dependendo de cada um, das suas próprias contingências individuais e familiares, este estado pode estender-se por muito tempo. Quando, por fim, se aceita o inevitável, a família é lançada para um mundo de incertezas e inseguranças. Depara-se com o impacto da rejeição das pessoas com relação à deficiência do seu filho e sofre com a curiosidade manifestada pelos olhares, comentários e atitudes, apercebendo-se que a sociedade não aceita e não oferece espaço ao diferente. Vivencia a culpa por ter gerado uma criança deficiente e também pelos sentimentos e atitudes de rejeição para com esse filho.
Ainda voltando à citação da mãe que refiro no inicio do texto, se há aspectos positivos na situação, eu não os consigo ver. Não trocaria o meu filho, porque é meu, faz parte de mim e gosto dele. Mas, contrariamente à outra mãe, não foi a melhor coisa que me aconteceu e, se me dessem a escolher, querê-lo-ia, sim a ele, mas, pelo bem de todos, de uma outra maneira.
sábado, 22 de maio de 2010
«Deus quer, o homem sonha, a obra nasce»
Neste momento, tenho um amigo a percorrer África, de bicicleta. O seu sonho é fazer os cerca de 6000 km que distam entre Luanda – Maputo. Como companhia leva apenas a sua dose de loucura, um ipod, uma máquina fotográfica, 25 kg de artigos de primeira necessidade e, claro, a bicicleta.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
I like the way you move
Esta senhora, apesar de ser já SEMINOVA, move-se com tal elegância, graça e ligeireza que me ponho a pensar como seria ela quando era MESMONOVA.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Beijos, avó
Era uma mulher expedita, rápida nas contas e com bom olho para o negócio. Um dia, notando-lhe algum desassossego de alma, perguntei:
- Esta herdade é grande, mas eu sou maior do que ela - respondeu-me.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Ad eternum
Ainda que tentasse ler devagarinho, quase sempre a leitura acabava na segunda semana. Depois começava o suplício.
Nenhum dos meus avós tinha luz eléctrica, embora ambos tivessem televisão. No entanto, a caixinha mágica, por funcionar a bateria, e por as baterias serem de consumo rápido e de difícil transporte, era um bem que apenas servia para ver o telejornal, programa que pouco ou nada me interessava.
Nos dias depois dos livros, as horas corriam sempre demasiado devagarinho. Procurava dribla-las apanhando malmequeres; comendo romãs e, simultaneamente, fazendo apostas comigo mesma sobre a inevitabilidade de deixar, ou não, cair os bagos; procurando nos céus seres alienígenas e no desenho das nuvens as figuras mitológicas que conhecia. E durante todo o tempo do tempo, imaginava a diferença entre ter ou não ter um irmão. E o tempo, rindo-se de mim, tardava ainda mais as suas lides.
Depois do tempo dos livros, o Alentejo convertia-se em desassossego, em solidão, em saudade dos amigos, em desespero por voltar à civilização. Detestava-o.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Manutenção
Há gajos que nascem sem sorte! Esta Calendas obriga-me a vir à casa dela, regar-lhe as flores, dar comer ao cão, ao gato, ao periquito, enquanto se diverte no bem bom. Logo a mim, que mal me posso mexer debaixo de tanta alergia e que corro o risco de asfixiar debaixo desta nuvem de cinzas. Não vá ela reclamar e ainda ter de a ouvir, já lhe apanhei as alfaces todas, lavei-as e meti-as no frigorífico. Sim, porque conhecendo-a como a conheço, ainda me ia obrigar a escová-las todinhas se lhes topasse uma partícula de cinza. Raios parta a mulher!
À vinda para cá, passei numa drogaria e comprei uma máscara para me proteger contra as manhosas das cinzas, mas não sei se será eficaz. Nas indicações só se falava em gás mostarda e pimenta, em cinzas nada.
De qualquer maneira, ainda gostava de saber quem é que autorizou à tal da nuvem o acesso ao MEU espaço aéreo.
E olhe lá, ò Sr. Eyjafjallajökull, tome qualquer coisinha porque isto de estar sempre a vomitar e a arrotar tem que se lhe diga.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Vacances
Quando chegar, espero ainda ter gato, cão e demais criação. Espero também ter ainda o sofazito para recuperar da viagem.
Inté
domingo, 2 de maio de 2010
Impressões sofarianas
Punha mais uma almofada...
Esticava mais as pernas...
Batia uma sorna com mais estilo, mas não vá ele chegar e apanhar-me a roncar...
Afinal o Lipes fica com o lugar para quê?
Nunca se senta...
Será que sou demasiado espaçosa?
Vou pôr uma almofada no lugar dele... sempre dá para pôr os pés... se ele chegar de repente dou-lhe um pontapé (à almofada, claro) e finjo que não é nada comigo.
sábado, 1 de maio de 2010
Que seca
Apenas duas pessoas deveriam ter o meu número, porque apenas a essas lho comuniquei. Parece que os senhores da PT não pensam assim e além de me telefonarem por dá cá aquela palha, fornecem o meu número a meio Portugal!
Recebo chamadas da PT a perguntar se estou contente com o serviço. Recebo chamadas de empresas de crédito a "oferecerem-me" cartões. Recebo chamadas do Manelito mais velho a propósito de nada. Recebo chamadas que não quero e que não solicitei. Já pensei até em colocar aquele autocolante que diz "Publicidade não" no telefone, mas pareceu-me que eles não o iam ver. De qualquer maneira, estou farta!
A partir de agora atenderei assim e pode ser que me larguem a braguilha:
- trim, trim.
- Istoou.
- Bom dia, posso falar com...
- A minha sinhora nã tá.
- Ai não, que pena. Quando é que posso voltar a telefonar?
- Nã sê, a sinhora tá a modus qui num barco, chamado nã sê quê, a fazeri uma excursão.
- Mas não sabe quando volta?
- A minha sinhora nã me conta assim a vida toda dela e eu tamém nã pregunto. E olhi, tenho que ir esfrigar as panelas, q'ela gosta de tudo a leziri, por isso tenha uma munto boa tarde.